Ronaldo Santini
A situação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos é
caótica e os problemas necessitam de solução imediata, pois são muitos os
hospitais que estão sendo obrigados a suspender atendimentos, a fechar unidades
e a despedir servidores. Cerca de 1,2 mil pessoas prestigiaram a reunião das
Santas Casas e Hospitais Filantrópicos na Assembleia Legislativa, evento
organizado pela Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, da qual sou
coordenador, com a participação das Federações das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos
e dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde.
Duzentas e quarenta e cinco Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos atendem mais de 70% da demanda do SUS, um universo de 7 milhões
de pessoas em 197 municípios do Estado. Na maioria dos casos, trata-se do único
hospital da cidade. Essas instituições são responsáveis por cerca de 550 mil
internações/ano e empregam 65 mil pessoas. Há quatro anos, os hospitais tinham
um déficit anual de R$ 313 milhões. Há uma preocupação com a sobrecarga de
serviços e com os 18 mil trabalhadores que, cansados e com seus salários
atrasados, ameaçam paralisar suas atividades. Cinco mil trabalhadores saíram em
férias e não receberam os salários, 6 mil trabalhadores foram demitidos, 3.500
leitos fechados, mais de 4 milhões de procedimentos deixaram de ser realizados,
60% das instituições têm dívidas com os profissionais médicos. O endividamento
total destes hospitais já ultrapassa R$ 1,4 bilhão.
Juntamente com os colegas deputados Sérgio Peres (PRB) e Liziane Bayer (PSB) estou propondo a liberação dos jogos e cassinos no Rio Grande do Sul, como nova fonte de recursos para financiamento na saúde. Esta seria uma saída emergencial à grave crise da saúde. Igualmente, seria importante a recriação da Loteria do Estado (Lotergs) com parte do valor arrecadado destinado à saúde. É necessário encontrar novas formas de arrecadação, que não onerem ainda mais a população com a criação de novas tarifas e impostos. A destinação de recursos para os hospitais decide entre a vida e a morte das pessoas.